

Localizada a 450 km de Manaus, Barcelos destaca-se por oferecer grande quantidade da espécie
Quando se fala em tucunarés gigantes, logo pensamos na Amazônia, e dentro dessa região, Barcelos se destaca, não só pela grande quantidade de tucunarés de bom porte que vivem nas suas proximidades, mas também por ser a localidade de onde saiu o recorde mundial de tucunaré, um “paca” de 12,25 kg.
Distante cerca de 450 km de Manaus, o acesso a Barcelos é feito somente via aérea ou fluvial, subindo o Rio Negro, e a cidade vive da pesca e da coleta de peixes
ornamentais.
Com uma equipe bem reduzida, optamos por uma pescaria de tucunarés com diferenciação no esquema de pesca, pois sabemos que todos os barcos se dirigem para as mesmas regiões, embora alguns tenham mais facilidade de acesso a lugares mais baixos, devido ao baixo calado de seus barcos e pelo melhor conhecimento de áreas alagadas fechadas, mas não era esse o caso, pois o rio estava transbordando de tanta água.
Tudo isso fez com que nossa opção de embarcação fosse simples, pois o bom atendimento prestado pelo Didi, proprietário da embarcação Amazon Prince, favoreceu muito nossa estada na região.
Nessa aventura, que aconteceu entre os dias 5 e 16 de janeiro, estiveram comigo: Marcos Tadeu, Alex Peres, Marcelo Pinhel, Victor Caggiano, Paulo Armond, Mário Kaneshi, Mitumasa Ikarimoto e Paulo Eduardo Abdo.
Começa a aventura
Pegamos o Rio Negro e seus afluentes na região de Barcelos muito cheios devido a um forte repiquete, que se iniciou em 23 de dezembro, fazendo com que a chance de boa exploração e pesca favorável fossem praticamente dizimadas.
Praticamente não existiam lagoas fechadas nem pontos espraiados ou com barranco aparente e a dificuldade em tirar o peixe dos enroscos era grande.
Percorremos uma boa distância até chegarmos aos rios Ataui e Padauari, muito bonitos, mas também invadidos pelas águas e precisávamos de muita sorte para batalhar o troféu. Na região de mata alagada, o trabalho deve ser insistente, e as iscas muitas vezes bem barulhentas, para atrair o predador para fora da vegetação alagada. Pode se utilizar até iscas desprovidas de anzóis para realizar a busca do peixe e tentar retirá-lo do meio das tranqueiras.
A água estava bem escura, porém cristalina, propícia para a pesca do tucunaré. A temperatura da água superficial estava em torno de 28 graus no rio e um pouco mais elevada dentro das lagoas. Os locais mais produtivos foram espraiados, drop-offs, bicos, pontas de ilhas e entradas de lagoas.
Após muito esforço e incansável trabalho de isca, conseguimos capturar alguns exemplares: Victor (8 kg), Pinhel (7 kg), Alex (9 kg) e Paulinho (5 kg).
O tucunaré amazônico é muito forte, e sua primeira corrida é violentíssima. Por isso, recomendo observar o equipamento, freio e rolamentos da carretilha, vara, linha, leader, garatéias, argolas.... tudo deve ser de primeira qualidade e extra-reforçado para evitar contratempos.
A região de Barcelos continua muito rica em grandes peixes acima de 7 kg. A riqueza e fartura das águas dos rios que cercam a região, as inúmeras lagoas que se fecham e a sua imensidão fazem com que o tucunaré seja um tesouro bem guardado e possa atingir tamanho e peso excelentes.
Há incontáveis locais para se fazer uma boa pescaria em toda a extensão do Rio Negro, e na região de Barcelos, a época começa em novembro, com o nível mais baixo, e deve ir até meados de fevereiro, dependendo da região a ser escolhida.
Vimos muitos peixes grandes, embora não totalmente ativos, mas mostrando a cara e muitas vezes levando a isca embora ou somente rebojando, mesmo com a água excessivamente alta.
Enfim, estivemos em contato com uma equipe cuja filosofia é preservar, e eles passam a mensagem com muita competência, tanto no conhecimento da região como no empenho para levar o turista pescador aos melhores pontos de pesca.
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